sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Crítica: O Segredo da Cabana




Direção: Drew Goddard
Gênero: Terror
Duração: 95 min.
Ano: 2012

“O filme de terror mais inteligente dos últimos tempos!”
(Ain’t it Cool News)


 Realizador de “Os Vingadores” traz um filme surpreendentemente original

O típico grupo de adolescentes decide passar o fim de semana numa cabana isolada no meio de uma floresta sombria, até que, involuntariamente, acabam fazendo algo de tremendamente errado e libertam forças malignas que irão persegui-los e matá-los, um a um. Por esta visão inicial, “O segredo da cabana” (The Cabin in the Woods) parece mais um desses filmes teen absurdamente clichês e desnecessários, copiados e reciclados infinitamente em Hollywood. Mas, para a sorte dos cinéfilos que vivem bocejando por uma produção de terror decente nos dias atuais, o filme de Drew Goddard (Os Vingadores) surpreende, e no bom sentido.
Além da ótima direção de Goddard, o roteiro meticulosamente planejado de Joss Whedon e do próprio diretor é uma pequena obra-prima que satiriza, de forma aparentemente séria, os filmes de terror em geral. Nesse sentido, o filme se assemelha a "Pânico" (Scream), de Wes Craven, embora sob uma perspectiva diferente. Tudo em “O segredo da cabana” possui uma subcamada de interpretação, por baixo da trama aparentemente óbvia e batida.
Na história, temos os personagens típicos do cinema de terror convencionais: a “virgem” tímida, a loira “vadia”, o atleta machão, o rapaz inteligente e gentil e, claro, o idiota “chapado”. O primeiro destaque é que cada um desses personagens foi “escolhido” para estar ali, embora não saibam disso; todos fazem parte, involuntariamente, de uma espécie de jogo macabro, no qual são meros peões no tabuleiro. Na cabana, onde estão sendo vigiados o tempo todo, cada uma de suas ações é premeditada pelos “organizadores” do jogo, que os influenciam em tudo: da decisão de se separarem, na hora do perigo (atitude que tem a finalidade clássica de deixá-los vulneráveis) até o “clima” para o sexo, que é severamente punido.
Essas atitudes manipuladas dos personagens conferem à história uma veia de humor constante, embora não de forma escrachada; as falas dos personagens revelam as piadas e referências cômicas a diversos filmes do gênero. As interpretações não são brilhantes, mas até nisso o roteiro é inteligente, pois era necessário que os personagens fossem bastante obtusos diante do óbvio, para se tornarem presas fáceis das criaturas malignas que os perseguem. Quanto às “criaturas”, estas são dos mais variados e assustadores tipos: de zumbis, passando por monstros marinhos, palhaços assassinos, morcegos gigantes, fantasmas e mais uma horda de pesadelos que vemos em toda a sua plenitude asquerosa no clímax do filme.
Ao final, é impossível não ficar perplexo diante da complexidade e organização do “centro” que comanda a chacina dos jovens, que mistura rituais de sacrifício humano, Big Brother e Cubo, tudo muito bem amarrado e explicado pela sempre competente Sigourney Weaver, que faz uma ponta no final como a Diretora daquele circo de horrores.

Como ponto negativo, o que decepciona um pouco é o excesso de CG em algumas cenas sangrentas, que soam muito artificiais em certos pontos; porém, o que compensa é que não economizaram na tinta vermelha também, que dá um verdadeiro banho de sangue no final... literalmente.


Conceito: Ótimo
Nota: 9,0

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