“Excitante, cheio de estilo e muito
divertido!”
(Scott Mantz, Acess Hollywood)
Refilmagem de clássico
oitentista derrapa, mas consegue se equilibrar
O
filme “Fright night”, de 1985, dirigido por Tom Holland (Brinquedo Assassino),
é um daqueles clássicos trash para adolescentes e, de certa forma, tornou-se um
ícone do vampirismo jovem daquela década, ao lado de “Garotos Perdidos”. O
filme misturava comédia com o horror pastelão típico das produções B de
orçamento baixo. Agora, aproveitando a onda de “ressurreição” dos vampiros nas
mídias atuais, o diretor Craig Gillespie traz uma refilmagem que fica muito
aquém da obra original, mas consegue divertir o público com as atuações
razoáveis de Colin Farrell e Anton Yelchin.
O
filme de Gillespie não tem a espontaneidade e o roteiro despretensioso e
engraçado da película dos anos 80, mas também não é um filme sem identidade.
Percebe-se a preocupação do roteiro e da direção em, de fato, atualizar a
história e trazer para os dias atuais a divertida situação de um adolescente
que descobre que o seu novo vizinho é um vampiro. Charley (Yelchin), o
protagonista, a princípio não acredita nisso, mas, quando estranhos
acontecimentos se desenrolam nas redondezas, ele percebe a dimensão do perigo e
tenta encontrar uma forma de eliminar o monstro, ao lado de sua namorada e sua
mãe, ambas também incrédulas sobre essa história de vampiros.
É
interessante que o remake não tenha alterado a personalidade de seus vampiros,
como as produções atuais de gosto duvidoso acerca dos eternos sanguessugas.
Aqui, a essência e a mitologia vampirescas são preservadas de forma exemplar;
vampiros queimam ao sol, não têm reflexos (nem aparecem em câmeras!), temem
crucifixos e alho e, o principal, são seres sensuais, com uma sexualidade
pulsante. Colin Farrell está muito à vontade em seu papel de vilão, embora seu
vampiro seja mais canastrão do que charmoso. E, falando em canastrice, há que
se citar Peter Vincent, o personagem de David Tennant, que vem a ser o mais
interessante e engraçado do filme; ele é um tipo de ilusionista fajuto e
covarde que apresenta espetáculos e um programa de televisão em que se
autodenomina um especialista em vampiros. Ele será o auxiliar de Charley, mesmo
que a contragosto, em sua missão de exterminar o vampiro Jerry (Farrell) e tem
algumas das falas mais cômicas da produção – excetuando-se a referência hilária
a “Crepúsculo”.
Contudo,
em alguns aspectos, o novo “A Hora do Espanto” derrapa quando devia agradar
mais o público; uma de suas maiores falhas é o excesso de CG nas cenas de
violência, incluindo as mortes exageradamente pirotécnicas dos vampiros. O
sangue também é frustrante para os amantes do gore; pouco se vê a boa e velha
tinta vermelha ou um xarope qualquer, pois até aqui prevalece a computação gráfica
com seu sangue artificial em pixels.
Então,
no fim das contas, “A Hora do Espanto” não é, decididamente, um filme
imperdível nem impecável; pelo contrário, contém algumas falhas e um roteiro
apenas sofrível. Entretanto, consegue se fazer presente, quando comparado ao
gigantesco número de tolices hollywoodianas produzidas apenas para distrair – e
mal – o público do gênero terror/comédia teen, raramente agraciado com uma obra
interessante e criativa.
Conceito: Bom
Nota: 7,0
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